Inevitavelmente, um dia teremos que nos encontrar e nos
cumprimentar. Vai ser mais agradável e menos incômodo se sorrirmos e
completarmos frases com pontos finais e pontuarmos com exclamações bem planejadas cada entusiasmo escolhido. Por um acaso, se percebermos que não será
suficiente e um vácuo se formar entre nós, decidiremos então que cada um deve
olhar para um lado e comentar sobre algo com o qual não estamos familiarizados.
Com certeza estaremos com nossos corações ultrapassando batimentos cardíacos saudáveis
e, se eu não desmaiar lá mesmo, você pode me abraçar um pouco e dizer que
estava com saudade. Mas se caso ocorrer tudo bem e o desconforto estiver
somente em nossas cabeças, vamos nos encontrar de novo e, quem sabe, esquecer
aquele passado chato onde eu e você não nos importávamos em ser mais que
somente amigos.
domingo, 23 de setembro de 2012
sábado, 15 de setembro de 2012
Pedido de desculpas
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Os Homens Que Não Amavam As Mulheres
Quinhentas e muitas páginas. Foi essa a minha primeira
informação sobre o livro Os Homens Que
Não Amavam As Mulheres, da série Millennium,
escrita por Stieg Larsson. Sempre
parti do princípio de que os livros são sempre oitocentas vezes melhores que os
filmes, o que foi motivo suficiente para encarar o desafio.
Mikael Blomkvist é um jornalista econômico revolucionário
e acionista da revista sueca Millennium. Ele é contratado por Henrik Vanger
após ser condenado por difamação. Blomkvist abandona a revista e se muda para o
interior da Suécia, para investigar o desaparecimento de Harriet Vanger,
sobrinha de Henrik. Mikael tem a ajuda de Lisbeth Salander, uma garota
misteriosa que domina muito bem as funções de um computador. Eles acabam se envolvendo
de uma forma não prevista e, o que parecia ser um crime sem solução, se torna
uma grande investigação que envolve segredos de família,sadismo e serial
killers.
Em comparação a todos os outros que eu já li, a narrativa
deste é extensa e densa, mas de um jeito ótimo. Sempre senti falta de uma
história com mais detalhes, com pensamentos dos personagens, com sutilezas que
nos revelam o que cada um realmente é. Gosto de conhecer tudo a fundo e poder
dizer “Esse comportamento é a cara do personagem tal”. Esses detalhes deixam a
gente por dentro da história e nos fazem sentir parte dela. “Os Homens Que Não
Amavam As Mulheres” me satisfez completamente nesse sentido.
No começo, fiquei um pouco apreensiva com a narrativa e
com o andamento da história. Por já conhecer o enredo, criei milhões de
expectativas, como “quando vai acontecer tal coisa?”. O que me fez ficar
frustrada, já que a parte investigativa e emocionante só começa depois da
metade do livro. Até antes da metade, o recheio é composto por apresentações,
explicações e grandes diálogos. Depois de terminar, percebi que, se esse início
não existisse, faria muita falta.
Desde a vida de Lisbeth Salander, até a revelação do
mistério, os homens que não amavam as mulheres estão por todo o livro. O dado
que mais me assustou foi que, na Suécia, 92% das mulheres que sofreram
violências sexuais após uma agressão não apresentaram queixa à polícia. Em
geral, a história aborda os abusos às mulheres de vários ângulos, o que nos faz
pensar no caso de uma maneira mais crítica.
Além disso, as questões morais e éticas no meio
jornalístico também ficam em evidência. Mikael Blomkvist, como
jornalista-modelo, tenta conciliar suas obrigações com a mídia e a vida privada
dos envolvidos no mistério. Pra quem é estudante de jornalismo, assim como eu,
fica uma grande reflexão sobre as consequências que uma informação perigosa
pode causar na imprensa.
Pela primeira vez na vida me senti lendo um livro de
“gente grande”. Até então eu só tinha lido histórias pré-adolescentes e outras
obrigações escolares. Fiquei muito surpresa porque eu simplesmente amei o
livro. Sem contar que o enredo te prende de uma maneira que dá vontade de ir
até a Suécia para investigar junto com Mikael e Lisbeth.
Millennium é uma trilogia e “Os Homens Que Não Amavam As
Mulheres” é o primeiro livro. Já teve duas adaptações para o cinema. A primeira
é a versão sueca, de 2009, com Noomi Rapace como Lisbeth Salander e Michael Nyqvist
como Mikael Blomkvist, dirigida por Niels Arden Oplev. Já a versão de 2011,
norte-americana, conta com Rooney Mara e Daniel Craig (maravilhoso, aliás) como
protagonistas, e foi dirigida pelo também maravilhoso David Fincher. Os outros
dois livros também já tem adaptações para o cinema na Suécia.
Já deu pra sentir que o livro é sensacional, né? A
leitura vale muito a pena! De cinco estrelinhas, dou seis.
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